Minha entrevista no RD Summit Live Show: o futuro do Branding e as tendências para 2026
- Claudio Ozorio

- há 12 minutos
- 5 min de leitura
Quem me acompanha sabe que o RD Summit não é apenas um evento no meu calendário; é um marco anual de renovação, aprendizado e conexões. Mas a edição deste ano teve um sabor diferente. Tive a honra de ser convidado para o RD Summit Live Show para uma entrevista exclusiva com a Alice, coordenadora de redes sociais da RD Station.
O tema? A minha grande paixão e especialidade: Branding.
Para mim, estar ali, naquele cenário, compartilhando a minha visão sobre o mercado, foi a concretização de um trabalho de anos construindo autoridade e conteúdo. Mas, mais importante do que o marco pessoal, foi a urgência dos tópicos que discutimos. O mercado mudou, o consumidor mudou e as marcas que não entenderem o que vou relatar nas próximas linhas correm o sério risco de se tornarem irrelevantes até 2026.
Se você não conseguiu assistir ao vivo ou quer aprofundar os insights rápidos do vídeo, preparei este artigo detalhado sobre o que realmente importa no futuro do Branding.
O Fim da Era "apenas visual"
A primeira provocação que a Alice me fez foi sobre o que mudou nos últimos anos. E a resposta é categórica: o conceito de Branding se expandiu.
Durante décadas, formamos profissionais e empresários que acreditavam que fazer Branding era contratar um designer para fazer um logotipo bonito e definir uma paleta de cores. Isso é identidade visual, e é apenas a ponta do iceberg.
O Branding moderno é uma dinâmica de comportamento. Com a aceleração digital e a fragmentação da atenção, a marca precisa deixar de ser uma "coisa" estática para se tornar uma persona viva. Ela precisa ter opinião, temperamento, tom de voz e atitude.
Hoje, quando falamos em humanização, não estamos falando de colocar fotos de pessoas sorrindo no site. Estamos falando de transformar a marca em um ente com o qual é possível dialogar. O Branding é a essência que dita como essa "pessoa jurídica" se comporta quando ninguém está vendo, e como ela reage quando está sob os holofotes. Se a sua estratégia de marca ainda está presa no PDF da identidade visual, você ficou para trás.
A Armadilha da autenticidade (e o caso da loja de tênis)
"Autenticidade" foi, sem dúvida, uma das palavras mais repetidas no RD Summit. Mas, na entrevista, fiz questão de trazer esse conceito para a realidade prática.
O que diferencia uma marca autêntica de uma marca que apenas "fala" sobre propósito? A resposta é coerência.
Contei na entrevista um caso real que vivi recentemente e que ilustra o erro mais comum das empresas hoje. Visitei uma loja de tênis – e quem me conhece sabe que sou colecionador e apaixonado por isso. No Instagram, a marca era incrível: linguagem jovem, vídeos dinâmicos, uma vibe super moderna. Eu fui à loja física já "comprado" por essa experiência. Ao chegar lá, o choque de realidade. A loja era bonita, mas o atendimento era genérico. A equipe não foi mal-educada, longe disso. Mas eles atendiam como se estivessem numa sapataria clássica de 1990. Não havia a energia, a linguagem que me venderam no Instagram.
Isso é falta de Branding.
A marca autêntica é aquela que consegue unificar a linguagem. O cliente não pode sentir que está falando com empresas diferentes quando muda de canal. O tom de voz que usamos no Instagram ou no TikTok tem de ecoar no atendimento do WhatsApp, na postura do vendedor no balcão e na resposta do suporte técnico.
A autenticidade não se constrói com cartazes na parede; constrói-se com treinamento de equipe e cultura alinhada. O marketing atrai, mas é o comportamento da marca (Branding) que retém.
Tendências para 2026: O Rosto e os Dados
Quando olhamos para o futuro próximo, para o horizonte de 2026, destaquei duas tendências que considero vitais e que já estão separando os líderes dos seguidores.
O Fenômeno do "CEO Creator"
Estamos entrando definitivamente na era das marcas com rosto. O anonimato corporativo gera desconfiança. As pessoas querem saber quem está por trás do negócio.
Vemos um movimento forte de CEOs, fundadores e diretores assumindo o papel de porta-vozes principais. E não falo de dar entrevistas formais para jornais, falo de abrir a câmera do celular e falar com a audiência nos Stories, no LinkedIn, no YouTube.
Antigamente, a solução era contratar um influenciador. Mas o influenciador "alugado" fala da sua marca hoje e da concorrência amanhã. Não há "sangue", não há compromisso vitalício. Quando o dono ou o líder dá a cara, a autoridade é transferida automaticamente para a marca. Para 2026, a minha aposta é que empresas sem um rosto humano forte terão muito mais dificuldade em criar comunidade.
Branding é mensurável (Brand Performance)
A segunda tendência é o fim da desculpa "Branding não dá para medir".
Com a evolução da Inteligência Artificial e a sofisticação da análise de dados, o Branding precisa sentar à mesa de negociações com números. Precisamos combinar a criatividade com os dados.
Saber se o cliente comprou pelo preço ou pela identificação com a marca deixará de ser um "feeling" para ser uma métrica. O desafio para os próximos anos é estruturar formas de medir a lembrança de marca (Share of Mind) e o sentimento, cruzando isso com o LTV (Lifetime Value) do cliente. Quem não medir, não vai conseguir justificar o investimento.
A Minha aposta de 1 milhão: O fim das barreiras
Para fechar, a Liz me perguntou qual seria a minha grande aposta para o futuro. E eu não tenho dúvidas: a queda total das barreiras entre o físico e o digital.
Nós, profissionais de marketing, adoramos termos como "Omnichannel", "Phygital", etc. Mas o cliente não quer saber disso. O cliente quer comprar. Ponto.
Ainda vejo muitas empresas criando atritos desnecessários.
"Ah, esse preço é só no site."
"Não pode trocar aqui o que comprou online porque são CNPJs diferentes."
"Tem de entrar no app para ter o desconto."
Isso irrita o consumidor. A minha visão para 2026 é que a venda será fluida. A loja física será uma extensão natural do digital e vice-versa. Não haverá distinção. As marcas que vencerão o jogo são aquelas que tornarem o processo de compra invisível.
Se o cliente está na loja e não tem o número dele, o vendedor encomenda ali mesmo e chega na casa dele no dia seguinte. Se ele comprou no site, troca na loja em 2 minutos. Simplificar a jornada é a maior prova de respeito pelo tempo do cliente – e isso é Branding puro.
A Equipe como Embaixadora
Por fim, reforço algo que é muito visível na própria cultura da RD Station: o poder dos colaboradores.
Humanizar a marca não é tarefa apenas do CEO. É preciso preparar a equipe para que todos sejam, em certa medida, influenciadores da marca. Quando um colaborador também é inserido no processo de comunicação da empresa nas redes, isso gera mais amplitude de comunicação e espelhamento com o consumidor, mais rostos, mais conexões.
As empresas precisam perder o medo de deixar os colaboradores falarem e começar a treiná-los para serem vozes ativas.
Conclusão
A minha passagem pelo RD Summit Live Show foi a confirmação de que estamos no caminho certo, mas que a estrada ainda é longa. O Branding deixou de ser o "departamento de deixar as coisas bonitas" para ser o coração estratégico do negócio.
O futuro pertence às marcas que tiverem coragem de ser humanas, consistentes e sem barreiras.
Espero que este resumo da entrevista tenha gerado insights valiosos para o seu negócio. Se quiser ver a minha energia e a conversa completa, não deixe de clicar no vídeo acima.
E para você, qual dessas tendências já está impactando o seu mercado? Me conta nos comentários, vou adorar saber.
Um abraço, Cláudio Ozório.
PS.: quer assistir a entrevista na integra, dê o play abaixo:




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